JAN-FEV2018: “Paciência vale mais que valentia, e dominar a si mesmo vale mais que conquistar uma cidade” (Pr 16,32).

JAN-FEV2018: “Paciência vale mais que valentia, e dominar a si mesmo vale mais que conquistar uma cidade” (Pr 16,32).

Paciência vale mais que valentia, e dominar a si mesmo vale mais que conquistar uma cidade” (Pr 16,32).

Os provérbios não se deixam explicar por simples palavras. Acredito que a linguagem figurada consegue ir além do simples raciocínio.

Quando lemos um provérbio dizendo que a “Paciência vale mais que a valentia”, logo nos vem à memória a história de Golias, que provoca os Israelitas. (1Samuel 17,31-51). Todos fugiam ao ver o gigante Golias todo armado. Davi, no entanto, se apresenta para enfrentar o gigante com uma simples funda.  Mesmo sendo jovem, não teme e derrota Golias. Onde foi parar a valentia do gigante? Foi vencida pela coragem do jovem Davi.

E o provérbio continua: “o domínio de si mesmo vale mais que conquistar uma cidade”. Aqui calha bem a história do lutador de Judô que usa a meditação como “domínio de si mesmo”. Uma historinha Zen de um lutador chamado O-Nami, que significa ‘Grandes Ondas’, reflete totalmente o significado do imenso valor da meditação, como “domínio de si mesmo”. O-Nami era possuidor de grande força e conhecia todos os segredos do Judô. Quando treinava em particular era capaz de derrotar todos, inclusive seu mestre. Mas em público, até mesmo um principiante o vencia. Procurou então um mestre Zen para aconselhá-lo. O mestre morava num pequeno Templo nas vizinhanças. “Grandes Ondas é o teu nome” falou o mestre. “Permanece no templo esta noite. Medita sobre o teu nome. Imagina o oceano”. O-Nami sentou-se em meditação tentando imaginar-se como as ondas. Gradualmente começou a sentir-se mais e mais como elas. E começou então a chocar-se com as rochas, destruindo-as. Depois foi aos poucos invadindo a terra e levando tudo de roldão com sua força. Destruiu o próprio templo em que estava. O Buda no altar foi levado no meio dos vasos de flores. Antes da madrugada nada mais restava na consciência de O-Nami, a não ser o ir e vir de um imenso oceano. Quando o instrutor chegou pela manhã, O-Nami sorria imóvel. O mestre despertou-o com um vigoroso toque no ombro e lhe disse: “Agora nada mais pode te perturbar”. Naquele mesmo dia O-Nami se transformou no maior lutador do Japão.

Eis a conquista de quem teve mais paciência que valentia, e mais domínio de si mesmo. Obteve uma grande conquista, tornando-se o maior lutador do Japão.

 

Irmã Helena Maria Sinoka, ISCMF


Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *