Catequese BÍBLICA para o Mês de JUNHO: do Livro do DEUTERONÔMIO

Catequese BÍBLICA para o Mês de JUNHO: do Livro do DEUTERONÔMIO

“A EXPLORAÇÃO DO TRABALHADOR”

“Não explorarás o assalariado pobre e indigente,
seja ele um irmão teu ou um migrante” (Dt 24,14)

O trecho acima do Deuteronômio parece indicar a exploração do outro pela simples sede de lucro e pelo desejo insano de confiscar seus bens. O assalariado pobre e indigente é aquele diarista que precisa receber o seu salário diariamente, em troca do seu trabalho, para poder sustentar a sua família. A categoria social de pobre inclui também os politicamente fracos, como o migrante, o estrangeiro, o órfão e a viúva.
É preciso salientar que o trabalhador é descrito a partir de dois adjetivos, isto é, pobre e indigente. Claro está que o trabalhador não é pobre e necessitado porque é preguiçoso; percebe-se que a pobreza e a necessidade do trabalhador são frutos justamente das relações de trabalho pessimamente estruturadas ou, melhor dizendo, estruturadas a fim de dar vantagem ao empregador. Pobre e necessitado são adjetivos que indicam condição social.
E, a respeito do sentido das relações de trabalho, poderíamos considerar que o trabalho tem que servir ao bem-estar coletivo e não pode estar alienado da sua finalidade divina, ou seja, assegurar as necessidades fundamentais, a vida e a liberdade econômica de todo o povo.
No Deuteronômio, a proteção e a defesa dos grupos mais vulneráveis, os pobres e os necessitados, são fortes em todo o livro. A deliberada recusa em se comprometer com o pobre trabalhador e colocá-lo em risco iminente de vida é reputado como pecado no julgamento divino. A bênção ou a maldição estão condicionadas à maneira como nos relacionamos com os pobres.
A conclusão de ordem teológica nessa relação cível do cotidiano é possivelmente a de que o pecado no Deuteronômio seria a simples recusa de viver a fraternidade e a solidariedade; e, sem dúvida, sinaliza que o cálculo econômico deve ser subordinado à compaixão.
Se o patrão não usar de compaixão poderá, certamente, não ser condenado pela justiça dos homens, mas continuará em erro com Deus, Para o trabalhador pobre e necessitado, o protegido por Deus, o tribunal de apelação é o próprio Deus.

Fonte: Bíblia Pastoral; Livro do Deuteronômio – SAB – Mês da Bíblia 2020, Paulinas e Texto-Base Livro do Deuteronômio, Edições CNBB. 2020.


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