CALENDÁRIO DO MÊS DE MAIO

CALENDÁRIO DO MÊS DE MAIO

Eis o que diz o Senhor: respeitai o direito e praticai a justiça” (Is 56,1).

 

No tempo de Isaías, a comunidade de Judá está organizada em torno do Templo e da Lei de Deus. O Templo funciona como centro de arrecadação de tributos para o império persa. A Lei corresponde mais a um conjunto de normas e preceitos elaborados pelos escribas e doutores para controlar o dia a dia das pessoas, determinando quem é puro e quem é impuro, do que à prática da justiça.

O povo pobre vive na miséria, e a maioria não consegue pagar o que a Lei exige para a purificação. As famílias pobres sofrem a dor da miséria, da fome, da doença, do desemprego, da falta de moradia, da morte… E sofrem humilhação de serem consideradas pelo Sistema do Templo gente inferior, impura, desprezível e são excluídas da sociedade e, segundo a religião oficial, rejeitadas por Deus. É dessa profunda condição de abandono que sobe o grito de esperança e de fé da comunidade: é possível mudar a história e construir um mundo novo, baseado no direito e na justiça.

Naquele tempo, alguns levitas que estão no interior de Judá ou mesmo no Templo, ainda guardam a memória do Deus da vida e animam a resistência diante da opressão da elite judaica e do Império Persa. Eles são fiéis à Palavra de Deus e ao compromisso com as pessoas mais necessitas. Por isso, denunciam a exploração das famílias pobres, a corrupção dos teocratas e da elite dirigente. Condenam o culto vazio, desligado da prática da justiça e a exclusão causada pela lei do puro e impuro.

Na luta pela sobrevivência, e experiência da solidariedade revigora a vida da comunidade. A partilha e a atenção das pessoas umas com as outras fortalece a união, anima a resistência e renova a esperança de tempos melhores. Pouco a pouco, nessa vivência solidária renasce a experiência do Deus da vida, que se compadece e caminha junto com seu povo, em busca da libertação. A comunidade começa a acreditar que é possível construir “um novo céu e uma nova terra aqui e agora, a partir da prática da justiça, da solidariedade e da partilha”.

O desafio foi grande, mas a capacidade de sonhar e de se unir possibilitou a esse grupo resistir diante da opressão e exploração do sistema do Templo e do império Persa. E o sonho chegou até os nossos dias…

 

Lucia Yahiko Gimbo – São José dos Campos (SP)


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