Peregrinação ao Japão com Dom Júlio e Padre Higa
Japão com Dom Júlio Endi Akamine, Arcebispo Metropolitano de Sorocaba/SP, o primeiro Bispo de ascendência japonesa a ser nomeado no Brasil e o “Padre Evaristo Higa morou no Japão por 23 anos, e se dedicou, além da evangelização, a projetos sociais na cidade com a maior concentração de brasileiros no país, Hamamatsu.
Padre Higa explica que o catolicismo chegou ao país em 1549, com São Francisco Xavier. Nos primeiros anos, o cristianismo começou a crescer muito, pois era uma novidade para o Japão. Porém, tempos depois, sofreu perseguição por parte das autoridades, que temiam perder o poder.
“Os cristãos japoneses viveram sua fé em segredo por sete gerações. Foram duzentos anos sem sacerdotes. Aí vemos a importância do leigo: quem batizava as crianças eram os pais. Somente no século XIX passou-se a ter liberdade de culto”.
Atualmente, segundo o sacerdote salesiano, a Igreja no país tem 16 dioceses, que abrangem cada uma três ou quatro estados. “Os católicos são realmente minoria. Há dioceses com 5 ou 6 mil católicos, somente. A maioria dos bispos são japoneses e as paróquias normalmente só têm uma única missa no domingo.”
Uma grande preocupação da Igreja no Japão é a diminuição do número de católicos.
“A maioria dos fiéis é idosa, tem a preocupação de manter a fé por uma tradição. Mas não existe o sentido missionário da Igreja em saída, pedida pelo Papa, por exemplo. O que existe é a cultura de preservação da fé”, ressalta Padre Higa.
O sacerdote explica que, em relação à juventude, apesar de haver muitos colégios católicos no Japão, esses são escolhidos pela qualidade de ensino, e não pela fé católica. As vocações vem especialmente de outros países, como o Vietnã e as Filipinas.
“Nos salesianos, por exemplo, 99% dos alunos são budistas. As aulas de religião são de cultura religiosa, estuda-se o cristianismo como história. Por exemplo, tanto a imperatriz, como a princesa estudaram em colégios de freira, apesar de isso não se falar abertamente lá. Escolhe-se o colégio católico pelo bom nível educacional”, reforça Padre Higa.
A ida do Papa Francisco foi muito aguardada pelos católicos, mas para o povo em geral, é uma grande novidade.
“A mídia falava da chegada do Papa, mas em muitos jornais são feitos artigos explicando o que é o cristianismo, quem é o Papa, por que ele está indo ao Japão. Para muitos éra algo desconhecido. O ponto positivo é que, de certa forma, foi sendo feita essa divulgação do catolicismo nos meios seculares. O povo japonês é muito curioso, e isso ajuda a impulsionar a Igreja local.””
Fonte: https://noticias.cancaonova.com/especiais/pontificado/francisco/viagens-francisco/tailandia-e-japao/padre-e-catolicos-no-japao-comentam-realidade-da-igreja-no-pais/