O Legado da imigração

O Legado da imigração – Padre Marcelo Vacucava – Arquidiocese de Campinas.
Queridos irmãos e irmãs da Pastoral Nipo Brasileira, celebramos os 117 anos da imigração japonesa ao Brasil aonde muitos imigrantes vindos da terra do Sol Nascente, a bordo do navio Kasato Maru, desembarcaram no porto de Santos em 18 de junho de 1908. A maioria dos imigrantes desejava permanecer no Brasil, o tempo suficiente para juntar dinheiro, e logo retornar para o Japão. Mas poucos fizeram o caminho de volta. Na verdade, esse caminho de retorno começou a ser feito muitos anos depois. Neste ano de 2025, se da às celebrações dos 35 anos da presença do movimento dekasseguis, dos descendentes dos japoneses que se encontram vivendo e trabalhando no Japão.
No início da década de 1990, filhos e netos desses imigrantes japoneses foram em direção inversa e partiram para o país de seus antepassados, em busca de novas oportunidades. Essa nova fase nas relações entre os dois países e suas culturas, para o saudoso Papa Francisco se resumia em acolher, proteger, promover e integrar. Em sua visita ao Japão em 2019 e na Carta Encíclica. ‘Sobre a fraternidade e a amizade social’, escreveu: “O amor que se estende para além das fronteiras” (FRANCISCO, 2018, p. 12). Sabe-se que as necessidades imigratórias por vários motivos, provocam conflitos e desafios. Por isso, cada nação e cada uma de nós precisaram ter um olhar atento, para esse fenômeno tão atual em nosso tempo.
A história mostra que a presença dos imigrantes japoneses no Brasil, contribuiu com a cultura, economia, sobretudo na agricultura. Esses imigrantes quando passou a ter condições para seu desenvolvimento integral contribuiu positivamente para o crescimento estrutural e humano da nação. Papa Francisco deixou um grande legado ao tema da imigração, pois era convicto de que os verbos acima mencionados como tratamento ao imigrante representa um dom que faz a sociedade em que ele está inserido crescer, sem ser visto como alguém que nada tem a oferecer, mas estando também ao serviço para o bem comum. A fraternidade universal que almejam todas as pessoas de boa vontade de diferentes culturas, religiões e credos deve seguir pelo caminho do diálogo com o objetivo de estabelecer amizade, paz, harmonia e partilhar valores e experiências morais e espirituais em espírito de verdade e amor
O Brasil e o Japão ao longo dos anos têm se tratado com cordialidade e amizade de ambos os lados. Sua distância encurtou a cultura, a culinária dos dois países passou a ser apreciadas e reinventadas com criatividade. Temos aprendido a viver conjuntamente, em paz e em harmonia, sem a necessidade de sermos todos iguais, como já dizia o papa Francisco no encontro com os jovens de várias nacionalidades na catedral de Tóquio em 2019. A centenária imigração japonesa no Brasil é reconhecida pelo fruto do trabalho e participação na colaboração da vida social e que nossa Pastoral Nipo brasileira possa cada vez mais contribuir com este legado.
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